Doce de Caju do Mato

 

Bom dia! Ele, o Coqueiro e Eu temos um problema de autoimagem! Eu tenho uma visão, que não está errada, de uma retidão de vida que é impossível de ser alcançado por um reles ser humano! Quem nunca pecou em pensamentos e atos? Quem nunca desejou algo que não lhe pertencia? Quem nunca quis que alguém o amasse? Quem nunca desejou ver seu algoz implorando o perdão? Ao responder, eu fui bem honesto comigo (em pensamento) para falar alguns "sims"! Esse é um problema de autoimagem que o ser humano tem. Se você se acha profundamente íntegro, provavelmente, você também tem este problema! É impossível sermos totalmente probo, somos humanos e estamos aprendendo a amar o próximo como a ti mesmo. Nem a nós conseguimos nos amar integralmente quem dirá ao outro! Eu quero ser límpido com minha consciência, Eu Erro Sim!! Primeiro, reconhecendo que erro, depois enxergando o erro. Daí, é tentar corrigir ou pelo menos conviver bem com ele! Mas sempre corrigindo a rota da minha vida! Errar é humana, não aceitar o fato que erras, é arrogância!

 Bom dia! Para harmonizar com a reflexão intensa e emocional do texto, apresento uma sobremesa que celebra a complexidade da vida: o Doce de Caju do Mato. Assim como os erros e acertos moldam nossa trajetória, este doce traz o equilíbrio perfeito entre doçura e acidez, textura e suavidade, tradição e sofisticação. A incorporação de técnicas francesas refina ainda mais essa iguaria do Centro-Oeste brasileiro. O Doce de Caju do Mato é um convite para aceitar a imperfeição e celebrar as nuances da vida. Sua doçura não é absoluta, assim como nossa retidão nunca é plena. Ele nos lembra que erramos, corrigimos e continuamos, sempre buscando o equilíbrio – na cozinha e na existência.

 

Ingredientes:

• 10 cajus do mato maduros
• 500g de açúcar demerara
• 250ml de vinho licoroso branco (como Sauternes ou Jurançon, para realçar a complexidade do caju)
• 1 fava de baunilha ou 1 colher de chá de extrato natural
• 1 pau de canela
• 3 cravos-da-índia
• 100ml de água
• 50ml de suco de limão-cravo
• 50g de castanhas-de-caju tostadas (para crocância)
• 2 colheres de sopa de manteiga sem sal

Técnicas Francesas Aplicadas:

1. Poêler (Grelhar suavemente): Os cajus são grelhados em manteiga para caramelizar seus açúcares naturais e intensificar seu aroma, criando uma base profunda de sabor.
2. Réduction (Redução): O vinho licoroso é reduzido junto ao açúcar e especiarias para concentrar os sabores, resultando em uma calda rica e complexa.
3. Confisage (Confitagem): Os cajus são cozidos lentamente na calda reduzida, permitindo que absorvam a doçura de forma homogênea, mantendo sua estrutura macia e suculenta.
4. Mise en Place: A organização dos ingredientes antes do preparo garante que cada etapa seja realizada com precisão, maximizando o equilíbrio de sabores.

Modo de Preparo:

1. Preparação dos cajus: Lave e retire as extremidades dos cajus, deixando a pele para preservar sua textura.
2. Grelhar os cajus: Em uma frigideira grande, derreta a manteiga e grelhe os cajus até dourarem levemente.
3. Preparação da calda: Em uma panela, adicione o vinho licoroso, o açúcar, a fava de baunilha aberta ao meio, a canela, os cravos e a água. Cozinhe em fogo médio até reduzir ligeiramente.
4. Confitagem: Adicione os cajus grelhados à calda e cozinhe em fogo baixo por cerca de 40 minutos, até que fiquem macios e absorvam bem os sabores.
5. Finalização: Acrescente o suco de limão-cravo para equilibrar a doçura e realçar os aromas. Deixe descansar por algumas horas antes de servir para que os sabores se intensifiquem.
6. Montagem: Sirva com as castanhas-de-caju tostadas por cima, agregando crocância e um toque terroso.

Harmonização:

Para acompanhar essa sobremesa intensa e emocionalmente carregada, sugiro um vinho de colheita tardia como Sauternes, que traz dulçor equilibrado por acidez vibrante, ou um espumante Demi-Sec, cuja efervescência contrasta maravilhosamente com a untuosidade do doce.