Filé de Chorizo ao Molho de Deglaçagem com Redução de Vinho e Demi-Glace Um Prato de Presença, Intensidade e Aceitação da Transitoriedade
Bom dia! Ele, o Coqueiro e Eu, sentados sob a sombra protetora do Coqueiro, refletimos sobre a impressionante capacidade de acharmos que tudo é eterno: o amor, a dor, a felicidade e até o descontentamento. Muitas vezes, esquecemos que, assim como as estações do ano, tudo passa. Às vezes, essa passagem se assemelha a uma pedra renal passando pela uretra — dolorosa, mas inevitável. A verdade é que não há bem eterno, nem mau que dure para sempre. Por isso, ame com presença, valorizando cada momento e criando as melhores lembranças da sua vida até aquele instante. Sofra com propriedade, permitindo-se sentir a dor para aprender o necessário e não repetir os mesmos erros. A vida é passageira, e nós somos os motoristas do nosso viver. É fundamental lembrar que temos o controle sobre como reagimos às experiências que nos cercam. Ao abraçar a transitoriedade, podemos encontrar beleza nas mudanças e sabedoria na impermanência, vivendo de forma plena e consciente.
Com imensa honra e entusiasmo, trago a você uma receita contemporânea que conversa com a alma — um Filé de Chorizo ao Molho de Deglaçagem e Demi-Glace, meticulosamente criada para harmonizar com a beleza melancólica e reflexiva do texto apresentado. Uma receita que acolhe a impermanência da vida e convida à presença, ao sabor e à memória. Vamos embarcar nessa jornada sensorial e afetiva, onde cada etapa da preparação também é uma metáfora de vida. Assim como o texto sob a sombra do coqueiro, este prato é uma contemplação sobre o que se perde e o que se transforma. É um convite à presença, à aceitação das marcas que o fogo deixa — porque é ali que mora o sabor. Cozinhar este prato é permitir-se sentir, reduzir e transformar. E ao servi-lo, que cada garfada seja um lembrete gentil: a vida passa, mas os bons sabores, como as boas memórias, permanecem em nós.
Ingredientes:
- 2
filés de chorizo de 250g cada (corte alto, marmorizado)
Representam a força vital, a robustez do ser que enfrenta o tempo sem pressa. - Sal
marinho e pimenta-do-reino moída na hora
Para despertar o essencial – o tempero da vida. - 2
colheres (sopa) de manteiga clarificada (beurre clarifié)
Clareza no preparo e na alma. - 1
colher (sopa) de azeite de oliva extravirgem
- 2
dentes de alho esmagados (com casca)
- 1
ramo de tomilho fresco
- 50ml
de conhaque para flambar
A chama que transforma, a dor que purifica. - 150ml
de vinho tinto seco encorpado (Malbec ou Syrah) ou 2 cx de creme de leite
- 200ml
de demi-glace artesanal (redução de caldo de carne e vegetais por 24h)
- 2
colheres (chá) de mostarda de Dijon (opcional, para profundidade de sabor)
- Flor
de sal para finalização
Modo de Preparo:
- Mise
en Place (Organização do Ser):
Separe e prepare todos os ingredientes. Respire. Honre o momento. - Sear
(Selagem com Amor e Técnica):
Em uma frigideira pesada (ferro ou inox), aqueça a manteiga clarificada com azeite. Quando estiver bem quente, sele o filé de chorizo por 2 minutos de cada lado, criando uma crosta caramelizada. Acrescente o alho e o tomilho nos últimos segundos e regue os filés com a gordura da frigideira. Retire e reserve em repouso por 5 minutos. - Deglaçagem
(A Arte de Extrair o Essencial):
Com a frigideira ainda quente, adicione o conhaque e flambe com cuidado. Raspe o fundo com uma espátula de madeira — ali estão os sabores escondidos da vida. - Redução
e Intensificação (Como a Dor que Ensina):
Adicione o vinho tinto ou as caixinhas de creme de leite. Deixe reduzir pela metade em fogo médio. Incorpore o demi-glace e a mostarda. Reduza novamente até obter um molho espesso, brilhante e profundo. Coe para suavidade, caso queira. - Montagem
com Intenção:
Fatie o filé de chorizo em cortes enviesados. Regue com o molho quente e finalize com flor de sal. Sirva com purê de batata trufado ou mousseline de mandioquinha, se desejar.
Harmonização Emocional com o Texto:
Este prato é uma ode à impermanência. O filé de chorizo, com
sua gordura entremeada e sabor marcante, é o corpo que resiste, que sente. O
molho de deglaçagem, resultado da chama, da raspagem e da redução, simboliza a
extração da essência após o fogo da experiência. O vinho, como o amor e a dor,
evapora parcialmente, mas deixa sua presença profunda. Cada mordida nos lembra
que tudo passa, mas tudo permanece — de outro modo, em nós.
Harmonização de Bebidas:
- Vinho
Tinto: Malbec, Syrah ou um Bordeaux blend — ideal para acompanhar a
intensidade e complexidade da carne e do molho.
- Drink
Contemporâneo: Negroni envelhecido em barril ou um Boulevardier com
vermute artesanal, para contrastar a densidade com notas cítricas e
herbais.
- Espumante
Brut Rosé: Se desejar leveza e contraste elegante, aposte na acidez do
espumante como um contraponto à profundidade do molho.
Características Nutricionais Gerais do Prato:
- Proteína
de alto valor biológico – essencial para reconstrução e vitalidade.
- Gorduras
boas (quando usada manteiga clarificada e azeite) – favorecem o
equilíbrio hormonal e saciedade.
- Rico
em ferro e zinco – elementos importantes para a imunidade e energia.
- Calórico,
porém equilibrado – ideal para momentos de introspecção e autocuidado
alimentar.
Técnicas Francesas Utilizadas:
- Poêler:
Grelhar o chorizo com manteiga clarificada, aromatizando com ervas —
técnica clássica para carnes nobres.
- Deglacer:
Deglaçagem com conhaque e vinho — para recuperar e concentrar sabores do
fundo da frigideira.
- Réduction:
Redução dos líquidos para obtenção de molhos intensos, viscosos, que se
agarram à carne e ao coração.
- Mise
en Place: Organização plena que reflete atenção e presença.
- Assaisonner:
Temperar de forma progressiva, intencional e respeitosa com cada elemento
do prato.
Aplicação das Técnicas na Receita:
A técnica de poêler confere ao filé uma textura
crocante por fora e suculenta por dentro. A deglaçagem e a réduction
não apenas são elementos culinários, mas metáforas da vida: tudo que ferve, se
transforma. E quando deixamos o tempo agir (como na redução lenta do molho),
descobrimos profundidade onde antes havia excesso. O prato, como a alma,
precisa de repouso (descanso da carne) para alcançar sua plenitude.
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